quarta-feira, 9 de julho de 2008

A estranha mensagem



Ele veio nas trevas quando havia silêncio
e de novo trouxe a ternura dos galhos tombando para a madrugada.
Eu subi do fundo do mar como um líquen liberto
para ouvir a sua voz que era imensa
e trazia a ansiedade das flores explodindo,
mas só vi o silêncio enorme como a noite.
E ela chorou dentro de minha tristeza
porque era como a revelação do que eu havia perdido.
Ainda trazia nas mãos o frio dos troncos úmidos da noite,
e nos olhos a humildade da terra encharcada de chuva.

Um dia eu descerei verticalmente e para sempre
ao fundo deste mar onde ela mora
como um barco de pescadores desaparecidos.



Paulo Plínio Abreu

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Pedro
conheci teu blog através do blog de Roberto Girard. Gostei muito! Vou linká-lo, ok?
Flores @>--

Pedro Vianna disse...

Pode ir adiante...